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Sintomas

13 mar

Se eu dependesse de algum sintoma para descobrir a gravidez, certamente ainda não a teria descoberto. E olha que a descobri bem cedo, com apenas 1 mês e 2 semanas.

Digo cedo porque a maioria das minhas amigas já mães – além da história de outras mulheres que tive conhecimento – descobriram que estavam grávidas depois do segundo mês já completo. Se é o normal, não sei, apenas estou usando tal fato como base. Não tenho a intenção de com isso gerar qualquer polêmica.

Pra não dizer que não tive nenhum sintoma – e, de fato, não que tenha realmente sentido algo -, ainda em janeiro, início de fevereiro, cheguei a me sentir mal duas vezes no trampo. Suei frio, me senti um pouco mal. Pedi licença, fui pra rua respirar um pouco de ar fresco por alguns minutos. Naqueles dias não poderia dizer que era um sintoma devido à gestação, afinal, nem sabia que estava grávida. Hoje, talvez ainda nem possa afirmar que fora um sintoma, apesar de já associar. Porém, aqui no Rio Grande de Norte faz calor pra burro e um ‘mal estarzinho’ pode rolar a qualquer momento, com qualquer pessoa, principalmente se esta for de regiões mais, digamos, frias, como é o meu caso. (Não. Não me acostumei com o calor que faz aqui. É suportável, mas tem limite).

Enjoo? Nem sei o que é. E isso porque trabalho com restaurante, corro de um lado pro outro e vivo no meio de aromas e cheiros, seja de pratos apetitosos, temperos, frituras e restos de comida. Não enjoei de nada que sempre vejo, sirvo ou desejo. Ainda antes do trampo, belisco o que posso enquanto a galera da cozinha prepara os ingredientes. Enjoo? Pfff, balela.

Aliás, essa história de enjoo sempre me intrigou. Tudo bem que é o sintoma mais corriqueiro e, quem sabe, o definitivo para a certeza de uma gravidez, mas não em todos os casos. Conheço duas pessoas super próximas que chegaram ao oitavo mês sem saber que estavam grávidas e só descobriram ao chegarem no hospital, prestes a terem filhos. Nenhuma das duas sentiu coisa alguma durante a gestação. Eu não senti bulhufas até hoje, apenas desconfiei e preferi ter logo a certeza.

Pra não dizer que não enjoei – porque não enjoei mesmo – senti repulsa ao sentir o cheiro de purê de batata industrializado – (purê de batata em pó. Aplausos para o criador. Sinceramente, acho que não falta inventar mais nada no ramo da culinária). Nada de enjoo, correr pro banheiro e fazer uma cara nojenta. Apenas não curti o aspecto e o cheiro. O mesmo aconteceu com um molho de cachorro quente que o Rafa preparou. Sem vômitos, náuseas, apenas um cheirinho desagradável.

O enjoo é tão mega master sintoma que me irrita ao ver, inclusive, o reforço que as novelas globais, por exemplo, dão ao mesmo. Parece que apenas sentindo enjoo você será uma mulher completamente grávida. Me intriga autor de novela alguma mostrar uma mulher que se encontra no período gestacional descobrindo a gravidez com, sei lá, algo sem ser enjoo ou desmaio. Que fosse perdendo roupas, devido à barriga que cresce ou ainda através de vontades diárias e repentinas de comer tudo que se ouve falar ou vê.

É isso! Assim estou e me encontro, em tal estado de graça. Não perdendo roupas, até porque perdi bastante peso por aqui, então estou novamente preenchendo o espaço das minhas vestes que, antes, estavam vazios ou precisando de algo mais para preenchê-los. O que significa que todas as minhas roupas voltarão a ficar perfeitas no meu corpo, até que minha barriga cresça o suficiente e implore por vestidos manequins super. E assim será quando tiver que ser.

Agora, quanto a alimentação…

Por favor, não fale ou pense em qualquer alimento neste momento, pois eu vou ter vontade de devorá-lo imediatamente. Vou salivar, procurar os ingredientes em casa e se não os tiver vou correr no mercado para preparar, nem que seja para apreciar um único pedaço do alimento. Faço cada refeição pensando na próxima. Tomo o café da manhã pensando em começar a preparar o almoço e consigo sentir o sabor de cada prato que vou cozinhar. Almoço me perguntando se no lanche como doce ou salgado, se bato frutas no liquidificador e crio um suco fantástico e faço pipoca pra comer enquanto saboreio o suco ou se como uma barra de cereais. Discuto em silêncio com minha mente sobre o que comer em cada refeição, ainda na refeição anterior. Quando mais intenso, já penso logo nas próximas duas refeições, não só pra facilitar, mas pelo prazer de contar as horas e comer o “desejado”.

Desejo. Taí algo que eu queria sentir. Vai me dizer que você nunca pensou em acordar no meio da noite desejando comer algo mais que inusitado, só para o seu marido correr noite adentro atrás do que você precisa devorar? Ou apenas desejar algo que até se encontra na geladeira e ter aquela sensação inexplicável de prazer ao saborear o desejado? Ah, como eu queria…

De qualquer forma, reforço: o que sinto não é desejo e, sim, vontade. Antes de saber que estava grávida isso acontecia com chocolate, mas desejar doce é coisa de toda mulher, principalmente na fase da menstruação. No mais, me alimentava mal, fazia duas ou três refeições por dia e me dava por satisfeita. Agora faço seis ou mais, como porcarias, reforço as vontades e ainda quero mais. Pra mim, psicológico. Já tentei falar isso pra minha mente, mas ela insite em querer doces diariamente e todas as coisas que lembra, ouve falar ou enxerga no prato de alguém.

Quanto aos doces, sei, preciso diminuir e evitar devido à diabetes gestacional que pode ser desenvolvida. Quanto à vontade de devorar tudo, preciso controlar devido ao aumento de peso durante a gestação. E diante do conteúdo das duas primeiras frases deste parágrafo, preciso para de ser cara de pau e confessar que este post foi escrito sob o efeito de meia barra de chocolate branco e um pacote de M&M’s, que começaram a ser devorados logo após um fortificante almoço.

Mas, amanhã é dia de ir ao médico com os resultados dos exames do pré-natal. Como todo brasileiro, prometo que após a consulta (que será pela manhã), com todas as regras e recomendações necessárias – e não que eu já não as soubesse, deduzisse e tivesse minha mãe ao lado para me alertar a respeito – eu deixarei as viciantes guloseimas e as vontades estapafúrdias de lado, visto que antes elas não se manifestavam em meu ser. Como agora é preciso cuidar por dois, digamos que hoje foi a despedida da perdição.

E sendo “sintomas” o assunto do texto, talvez, quem sabe, esteja cedo para que tenha ou desenvolva uma coleção deles. Mas, no decorrer da gestação, se os tiver, registrarei neste espaço.

No mais, amigas grávidas e mães que vão me puxar a orelha e passar todos os sermões possíveis, bem como as tias e tios da “bolinha”, deixo aqui o meu agradecimento a quem puder me compreender.